Finalmente as vacinas contra a COVID-19 começaram a ser aplicadas no Brasil e osidosos estão entre os grupos prioritários para receber o imunizante. É, sem dúvidas, um grande alívio para as famílias que passaram o último ano sob a pressão do isolamento social, mantendo o máximo cuidado para não expôr seus entes queridos ao vírus. Porém, mesmo com a primeira dose já aplicada, recomenda-se que ainda sejam mantidos os cuidados que vinham sendo tomados, como manter o distanciamento, usar máscaras e álcool em gel e lavar as mãos de forma recorrente. Não é hora de baixar a guarda, entenda porquê:
Ainda não há evidências de que ter tomado a vacina vai impedir que você pegue o vírus e passe adiante
As diferentes vacinas que estão sendo produzidas e distribuídas por laboratórios mundo afora, apesar de terem passado por todo o tipo de testes, foram desenvolvidas em caráter emergencial. A eficácia das vacinas foi amplamente avaliada, analisando se elas evitavam que as pessoas desenvolvessem os sintomas, e não se impediriam que elas contraíssem a infecção. Isso significa que, apesar de comprovadamente seguras, pouco se sabe sobre a sua eficácia a longo prazo. Ainda não há evidências de que uma dose, ou mesmo duas, das vacinas existentes impeça as pessoas de transmitirem o vírus a outras.
A imunidade leva tempo para se desenvolver
A aplicação da primeira dose de qualquer uma das vacinas desenvolvidas não surte efeito de imunidade nas primeiras semanas. O tipo de imunidade provocado pelas vacinas é a chamada imunidade adaptativa. Como o próprio nome diz, ela é adaptativa, o que quer dizer que ela se adapta às características individuais dos patógenos. Para que as vacinas tenham algum efeito, elas devem estimular o corpo a produzir mais células imunológicas que, por sua vez, produzem os anticorpos. Esse processo demora cerca de duas semanas, podendo variar de acordo com o organismo de cada indivíduo.
Vacinas como a da COVID-19 necessitam de dose de reforço
Na primeira vez em que recebe uma vacina, o sistema imunológico ativa dois tipos importantes de glóbulos brancos, um tipo de célula que tem vida curta. Portanto, embora o corpo humano possa estar repleto de anticorpos em apenas algumas semanas, sem a segunda dose, há um declínio rápido deles no organismo. Ao receber a vacina são produzidas as chamadas células T, que são especificamente adaptadas para identificar um patógeno específico e matá-lo. O corpo humano não produz muitas células desse tipo até receber uma segunda dose do imunizante. Além disso, após a segunda exposição ao vírus, as células produzidas são mais “fortes” e resistentes à infecção.
Portanto, embora o início da vacinação seja uma grande notícia para todos nós, a atitude mais prudente a se tomar é manter a medidas de distanciamento social até que a pandemia possa ser de fato considerada controlada.