O envelhecimento é um processo natural que se inicia por volta dos 30 anos de idade e se estende até o final da vida. Externamente, essa mudança pode ser observada tanto no aspecto físico quanto estético, e muitas pessoas não lidam bem com as novas características adquiridas com a idade.
O surgimento de rugas, cabelos brancos, ganho de peso, dores nas articulações, perda de mobilidade e a dependência de outras pessoas são alguns dos principais fatores que definem a chamada Gerontofobia, uma síndrome definida por aversão ou medo patológico de pessoas idosas ou do processo de envelhecimento e tudo o que tem relação com a terceira idade. De acordo com uma pesquisa do Instituto Qualibest realizada em 2017, 9 a cada 10 brasileiros sofrem com o medo de envelhecer. Os sintomas afetam os pensamentos e causam ansiedade.
Em casos extremos, pessoas que sofrem com a gerontofobia costumam procurar compulsivamente por terapias e métodos antienvelhecimento que prometem alterar ou retardar o processo biológico de envelhecimento. Outra característica marcante da gerontofobia é a negação. Um exemplo claro são as pessoas idosas que se recusam a usufruir de direitos como o transporte gratuito, filas e vagas preferenciais e até mesmo consultas médicas com geriatras. Muitos preferem se relacionar apenas com jovens, evitando amizades com pessoas da mesma faixa etária.
A gerontofobia geralmente começa a se manifestar por volta dos 50 a 60 anos de idade, que é quando o indivíduo começa a perceber as mudanças biológicas de forma mais marcante e é também quando ele passa a ter direitos relacionados ao envelhecimento, como a aposentadoria, por exemplo.
Quais as causas e consequências da gerontofobia?
A principal causa desta patologia está relacionada à falta de acesso à informação e educação a respeito do processo de envelhecimento e suas consequências além, é claro, do preconceito com pessoas idosas que está enraizado em nossa sociedade. É comum que algumas pessoas desencadeiam esse transtorno por conta de experiências negativas vivenciadas ou testemunhadas, onde os idosos muitas vezes são rotulados como pessoas inválidas, rabugentas, deprimidas e frágeis. Muitas vezes a própria mídia colabora para essa negação da terceira idade, mostrando a figura do idoso com características de jovem aventureiro, capaz de tudo, quando a realidade na maior parte dos casos não só não funciona assim como acaba gerando frustração por não ser.
As consequências podem variar desde quadros depressivos como ansiedade, baixa autoestima e isolamento até quadros mais graves causados justamente por esses fatores. Em alguns casos se desenvolvem até mesmo doenças crônicas. O tratamento recomendado inicialmente envolve terapias com profissionais capacitados e especializados, como psicólogos e psiquiatras. Também é indicado o acompanhamento médico com especialista em idosos, a fim de educar a pessoa a respeito do próprio corpo e suas mudanças fisiológicas.
A gerontofobia é uma patologia e deve ser tratada como tal, porém, todos precisamos reconhecer o nosso papel na solução dessa questão. Se a função dos médicos e terapeutas é promover a auto aceitação dos idosos, é papel da sociedade valorizar o que a experiência de vida deles tem a nos ensinar. Afinal, se tivermos sorte, todos um dia chegaremos lá.