Uma das sessões do PERS Summit era uma mesa com três fabricantes de PERS que tinham que reponder a seguinte pergunta: Seriam os detectores de quedas o Santo Graal dos sistemas de monitoramento? Em outras palavras: Seriam os detectores de quedas os grandes salvadores da pátria?
Dois dos participantes deram uma de políticos: falaram sobre o quanto os detectores de queda avançaram nos últimos anos, e que eles quase já não emitem falsos alarmes, mas não responderam diretamente a pergunta. O terceiro, perguntou para o moderador se a pergunta se referia ao lado comercial ou técnico. E isso faz todo o sentido.
Vou explicar: há alguns anos a Phillips apresentou um detector de quedas que funcionava muito mal – qualquer movimento era identificado como queda, o que mais chateava do que ajudava os usuários. Mas a empresa fez uma grande divulgação sobre o seu equipamento colocando o detector de quedas como uma grande vantagem sobre a concorrência. A partir daí todos os concorrentes correram para desenvolver detectores de queda cada vez mais inteligentes. Isso se tornou um “must have” para maioria dos consumidores.
Sucesso comercial
Portanto, comercialmente o detectores de quedas são um grande sucesso. Agora, se realmente eles ajudam mais as pessoas em caso de necessidade, ninguém sabe dizer precisamente. O que as Centrais de Monitoramento podem dizer é que os botões com detectores de queda reportam menos falsos alarme, hoje em dia. Isso porque os algoritmos que interpretam uma queda estão cada vez mais precisos.
Eles também são um sucesso comercial porque as revendas de monitoramento cobram mais por esse tipo de serviço. Mas a pergunta que ninguém consegue responder é: quantas pessoas não conseguem apertar o botão numa necessidade? É sabido, e já foi revelado em diversas pesquisas, que um grande número de clientes não vestem seu botão de emergência (com ou sem detector de queda). Muitos deixam no criado mudo durante a noite, não usam durante o banho, ou pior ainda, deixam guardado numa gaveta. Eu me concentraria em tornar estes botões mais atrativos ao uso, ao invés de embutir muita eletrônica e sensores, o que invariavelmente acarreta num maior tamanho e peso. Mas vamos ver o que o mercado nos diz.
Outro ponto muito importante que foi levantado é o seguinte: hoje já existe tecnologia suficiente para encher a casa do usuário de sensores que seriam capaz de detectar todos os movimentos e uma possível queda, mas os clientes estariam dispostos a pagar o preço de um sistema desse tipo?