
Quando pensamos em idosos, é comum que venham à mente imagens de pessoas debilitadas, dependentes e fragilizadas pelo avanço da idade. No entanto, é importante desmistificar esse estereótipo, reconhecendo que a velhice assume diversas formas e que muitos idosos são ativos, saudáveis e capazes de levar uma vida plena e independente.
Por outro lado, embora estejam vivendo mais e com plena capacidade cognitiva e física, os preconceitos e estereótipos em relação aos idosos ainda persistem, muitas vezes associados à vulnerabilidade e à dependência. É importante que familiares e cuidadores tenham em mente e afirmam sempre ao idoso que essas visões limitadas nem sempre refletem a realidade.
Termos como “maturidade” são utilizados para descrever essa fase da vida, que envolve mudanças físicas e conquista de papéis sociais. No entanto, pesquisas têm destacado a importância de considerar as particularidades do envelhecimento, levando em conta fatores como idade, gênero, condições econômicas, saúde, etnia e tipo de moradia. Reconhecer que a experiência pessoal dessa fase está ligada à experiência coletiva é essencial, uma vez que somos seres sociais. O desafio é: Como chegar nesse ponto?
Como desmistificar estereótipos relacionados à velhice?
Estereótipos sobre a velhice são construídos e disseminados pela cultura popular, cinema, publicidade, mídia e instituições políticas e religiosas. O maior problema é que os estereótipos etários negativos podem levar à discriminação e ao isolamento dos idosos, além de influenciar os próprios idosos a adotarem visões negativas sobre si mesmos. O termo “idosismo” é proposto para descrever o preconceito relacionado à idade e ampliar a compreensão dos estereótipos associados ao envelhecimento.
Uma forma de desmistificar os estereótipos relacionados à velhice, é promovendo debates e conhecimento sobre o tema. A Central Judicial do Idoso (CJI) do Tribunal de Justiça do Distrito Federal lançou a “Cartilha Quem Nunca? – Reflexões sobre o preconceito em razão da idade”. O guia aborda a velhice e os direitos da pessoa idosa, incluindo os estereótipos atribuídos a essa fase da vida. De acordo com Monize Marques, uma das autoras do guia, a ressignificação da velhice é imprescindível para a construção de uma sociedade que respeite e valorize os seus idosos, garantindo-lhes dignidade, autonomia e independência nessa fase da vida. “Somente desmistificando situações corriqueiras de práticas discriminatórias pode-se promover a dignidade na velhice. O combate à discriminação etária, também conhecida como ageismo, etarismo ou idadismo, deve ser feito de forma intencional”, afirmou ao site do TJDF.
É fundamental e urgente que sejam adotadas medidas para desmistificar os estereótipos relacionados à velhice. A educação e a conscientização são ferramentas poderosas nesse processo. Além disso, é essencial que sejam criados espaços inclusivos e acessíveis, nos quais os idosos possam participar ativamente da sociedade, exercer seus direitos e compartilhar suas experiências. Somente através de um esforço conjunto, envolvendo famílias, cuidadores, instituições e a sociedade como um todo, poderemos criar um ambiente onde a velhice seja valorizada, respeitada e vivida de maneira plena e digna.